Módulo II
“Saúde na escola”
Vídeo aula - 19
Violência nas escolas
O conflito
e a violência sempre existiram e sempre existirão. O que antes era uma
violência praticada pela instituição escolar com exclusões, distinção entre
classes sociais e raças, professores que ofendiam, humilhavam e até batiam,
hoje são os alunos que experimentando e aprendendo a conviver com as diferenças
se ofendem, humilham e até batem colegas e até nos professores.
Só que a
violência tem se tornado em proporções inaceitáveis. O que antes era raro agora
se tornou comum que são jovens que depredam a escola, quebram os ventiladores,
portas, vidros, etc. Há também situações em que os alunos chegam a consumir
drogas na escola.
Há quatro
anos um aluno da escola onde dava aula, do sétimo ano, levou uma arma para a
escola para tirar fotos com os colegas para postar no seu facebook. Pensando
estar descarregada, apontou a arma para um colega e o matou com um tiro no
peito.Ele havia conseguido a arma com um tio que havia cumprido pena por
tráfico e estava morando com ele na casa da avó.
O que tem
intrigado a todos é que esse aumento da violência veio junto com a ampliação
dos direitos da criança e do adolescente o ECA, que prioriza os direitos em
detrimento dos deveres.
Podemos classificar inúmeras questões que
levam a violência para o ambiente escolar. Por exemplo, os mais gerais: diferenças
sociais, culturais, psicológicas, etc. e tantas outras como: experiências de
frustrações, diferenças de personalidades, competição, etc. Também, podemos
enumerar vários tipos, áreas, níveis de violência. Cada área do saber tem o seu
método próprio de análise, a Filosofia, Sociologia, Psicologia e o Direito.
Hoje, sabemos que a tendência da desfragmentação do saber é o melhor caminho a
trilhar. A multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade é a proposta em voga
de superação da fragmentação do saber. Somente através do dialogo aliado à
práxis efetiva é que poderemos amenizar o grau de violência no interior das
escolas.
Esse círculo de violência deve ter um
olhar mais universal, principalmente, por aqueles que pensam sobre a educação.
É necessário ver que a violência contra a instituição escolar, contra colegas e
professores e, de certo modo, a violência dos adultos contra as crianças,
também, contém elementos de caracterização bem comuns. A não aceitação das
diferenças em toda a sua amplitude – se é diferente, é hostilizado, desprezado,
humilhado. E quando a vítima reage é violentada.
A não aceitação das diferenças, também,
perpassa pela escola como instituição, com seus próprios professores,
funcionários e com os próprios alunos. Essa uniformização, isto é, uniformizar
o diferente, é feita com violência – em todos os casos. E esse comportamento
institucional, gera violência.
Não reconhecer nesse processo é o nosso
grande problema. Atualmente, vivemos um problema ético de não reconhecimento da
nossa incompetência, o problema sempre são os outros, eu não.
A escola é o primeiro ambiente social que a
criança experimenta, antes disso, ou seja, na socialização primária se
restringe a família, igrejas, vizinhos, enfim, um circuito bastante restrito. É
na escola, aonde ele vai, realmente, experimentar um ambiente social – lá ele
vai aprender a conviver com as diferenças e constituir um ser para si. Esse ser
é para a sociedade.
Por isso, a urgência que se tornou essencial hoje – e que muitos não
percebem, é tratar a violência na escola como um trabalho de lucidez quanto ao
que estamos fazendo com nosso presente, mas, sobretudo, com o que nele se
planta e define o rumo futuro. Para isso, é preciso renovar nossa capacidade de
diálogo e propor um novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja
realmente em vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário