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domingo, 5 de maio de 2013

Vídeo aula 28 - Encaminhamentos pedagógicos na escola pública sobre a questão religiosa


Módulo III

“Convivência Democrática”
Vídeo aula – 28


Encaminhamentos pedagógicos na escola pública
sobre a questão religiosa


                O ensino religioso nas escolas é tratado no artigo 210, parágrafo 1º, da Constituição de 1988, que diz: O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental.
        
    

   Na LDB 9394/96, o ensino religioso é tratado em seu artigo 33, tendo sido alterado em 1977 pela lei 9475.
                Os diferentes contextos históricos em razão de movimentos religiosos devem ser estudados nas escolas, porém, sempre com o devido respeito pela crença individual de cada um enquanto cidadão.
                A complexidade do fenômeno religioso e sua presença na construção da identidade indica que se faz necessário o respeito e a não imposição de crenças ou constrangimentos, por determinados grupos religiosos, dentro do ambiente escolar.

                A escola pública é a porta de entrada da criança para compreender-se enquanto cidadã e esta não pode ali ser discriminada.
                É a laicidade do Estado que garante a todos o direito às suas crenças ou descrenças. A discriminação por motivos religiosos fere a ética e a Constituição do Brasil, sendo crime.
                As escolas devem ter o cuidado de não impor suas crenças aos alunos, através de seus profissionais, pois o respeito à identidade dos educandos é fundamental.




Vídeo aula 27 - A produção da identidade/diferença - a questão religiosa


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula – 27


A produção da identidade/diferença – a questão religiosa


                O lugar da religião na construção da identidade

                A identidade religiosa de uma pessoa é construída através da herança e da eleição. A herança é oriunda da família quando esta oferece um modo de crer. A eleição tem a ver com a própria escolha da pessoa.
                                                                             Diversidade Religiosa

Religião e Alteridade – A alteridade tem a ver com a relação “Eu e o Outro”. Essa relação deve ser permeada pela ética.
Diversidade religiosa – É importante ao permear a relação “Eu e o Outro” com a ética aprender a respeitar a diferença. A diferença não é desigualdade.
Religião e Cidadania: O Estado é Laico. Na questão da religiosidade, não é o Estado que dá as diretrizes. Ele é leigo nessa questão.
Estado Laico – Essa questão envolve a separação entre Estado e Igreja.  É lamentável perceber que, na época eleitoral, muitos corrompem essa relação e não respeitam a separação. Tanto políticos quanto líderes religiosos acabam “adulterando”, “pulando a cerca”. Tal atitude acaba gerando muitas complicações.

Constituição Federal de 1988: ART.5º e 19º
ART.5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à  igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

      (…)
VI – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
ART.19º – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança  , ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II. Recusar fé aos documentos públicos;
III. Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
                Em resumo
                O tema das relações tem âmbito histórico, antropológico, sociológico, político e filosófico;

                A escolha individual de crer ou não crer se dá no âmbito da consciência, do foro íntimo, portanto inviolável;
                A diversidade religiosa garante a diferença, mas nada tem que ver com a desigualdade (“Diferentes somos todos” – PCNs – Pluralidade Cultural);
                A complexidade do fenômeno religioso e sua presença na construção da identidade  para ser respeitados precisam respeitar os direitos dos demais – não há argumento de “maioria” no tema religioso, não se pode impor, constranger, obrigar;
                É a laicidade do Estado que garante a todos e o direito a sua crença – ou descrença – respeitados os direitos de todos e todas, sendo o fundamento da diversidade religiosa;
                A discriminação por motivos religiosos fere a ética e fere a constituição do Brasil, sendo crime.






Vídeo aula 26 - O papel da escola no processo educativo de Direitos Humanos


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 26

O papel da escola no processo educativo de DH


       
         A escola deve trabalhar numa perspectiva de educação que vise à ampliação dos direitos humanos. Dentro desse pensamento, deve direcionar suas ações no sentido de que todas as suas atividades estejam voltadas ao cuidado permanente com uma proposta fundamentada em ações democráticas.
                O desenvolvimento de valores e atitudes que tornam os alunos mais tolerantes, solidários e menos discriminatórios com o outro deve ser um dos objetivos do trabalho escolar em todos os seus níveis e segmentos. Esses conteúdos devem estar explícitos no currículo, através do desenvolvimento de temas transversais trabalhados cotidianamente e de maneira clara e específica.
                A educação básica deve ter como foco a socialização de seus alunos de maneira democrática, através de conteúdos que tenham correspondência com sua vida, isto é, com sua realidade e sua cultura.





Vídeo aula 25 - Comitês de EDH: parcerias possíveis


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 25

Comitês de EDH: parcerias possíveis

   
         O Comitê de Educação em Direitos Humanos é instituído no âmbito da Secretaria em Direitos Humanos e vinculado ao Ministério da Justiça pela Portaria 98. Composto, na sua origem, por especialistas e militantes em direitos humanos e representantes do governo e organismos internacionais, teve como atribuição elaborar a primeira versão do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos a ser implementado no país em 2003, posteriormente, após consulta pública, alterado e republicado em 2006 e revisado em 2007 a partir de

parcerias com universidades e Secretarias de Estado.
                Os comitês têm como objetivo formular a política de educação em direitos humanos nos estados e municípios, deliberar sobre as estratégias que regem essa política e também de monitorar os casos de possível violação desses direitos.
                O Plano Nacional em Direitos Humanos é o documento que orienta o trabalho com direitos humanos no país e é composto por cinco eixos já comentados em posts anteriores, sendo que um deles especificamente direcionado à educação e cultura em direitos humanos junto ao Ministério Público e
Conselhos Tutelares. Cabe aos gestores das escolas levarem ao conhecimento de suas comunidades escolares sobre o trabalho desenvolvido por esses comitês para que o tema possa ser aprofundado e as discussões possam se desenvolver dentro das escolas.



Vídeo aula 24 - Gênero e diversidade sexual: desafios para a prática docente


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula – 24

Gênero e diversidade sexual:
desafios para a prática docente

                Após uma breve passagem pelos conceitos de identidade e diferença, serão apresentadas algumas sugestões de encaminhamento do trabalho docente a partir de experiências realizadas em escolas
públicas. Estas, engendradas com base nas manifestações culturais populares, comuns ao cotidiano discente local. Quais as contribuições do conceito de gênero para a educação? Como as relações de gênero, e a diversidade sexual que delas faz parte, afetam as práticas e interações estabelecidas no espaço escolar? Essas questões e também a enorme dificuldade em se romper com os padrões tradicionais de gênero são abordadas nesta vídeo-aula.
                A questão de Gênero, e diversidade na escola é um tanto problemática. Problemática porque cada um tem uma visão acerca do assunto. A professora Claudia Viana apontou algumas pesquisas:
        *1/4 dos alunos não aceitaria amigo homossexual.
        *  garotos – 45% (Vitória) – 34% (Belém)
        * garotas – 22% (Recife)  - 10% ( Rio de Janeiro)
      *   Média entre 23% e 31 %

CASTRO ABRAMOVAy; SILVA – 2004
Conforme levantamento FIPE/MEC/INEP
                Há uma predisposição em manter menos proximidade com determinados grupos  sociais:
* Homossexuais – 98,5%
*Homossexuais – alunos e alunas por serem homossexuais;
*10,4% – por ser mulher;
*18.599 entrevistados/as
*501 escolas 27 estados brasileiros
*99,3% tem algum  tipo de preconceito.

                Os desafios são enormes – sair da naturalização e da reprodução de estereotipo de gênero; sair da heteronormatividade e trabalhar com vários modelos de feminilidade e masculinidade.
                Segundo a professora, os desafios são:
                Sair da naturalização e da reprodução de estereótipos de gênero;
                Sair da heteronormatividade;
                Trabalhar com vários modelos de feminilidade e masculinidade.
                Acredito que há um desafio maior ainda:
       

         Amar as pessoas mesmo não concordando com aquilo que elas estão fazendo ou deixando de fazer. Mesmo que alguém possua uma representação, ou uma construção acerca do assunto diferente do que seria a da outra pessoa, é possível conviver em paz, desde que cada um respeite os limites do outro! Eu não preciso aceitar o pensamento do outro, mas preciso aceitá-lo como é. Isso não implica fazer as mesmas coisas que faz e nem mesmo corroborá-las. Enquanto cada lado tentar fazer com que o outro aceite as suas ideias, teremos a perpetuação dos conflitos!




Vídeo aula 23 - Relações sociais de gênero: um direito e uma categoria de análise


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula – 23


Relações sociais de gênero:
um direito e uma categoria de análise escolar

                Como as diferenças se instalam entre homens e mulheres?
                A hierarquização dos valores masculinos e femininos que fazem com que a polarização homem e mulher ocorram.
  
              A sexualidade se torna uma questão política. Os movimentos sociais contra a repressão sexual constituem-se e desafiam as estruturas historicamente construídas, com valores embasados por características machistas e autoritárias (repressão sexual e a patologização da homossexualidade).
                Mudanças na sociedade atual:
·       *  Variedade de estruturas familiares domésticas;
·       *  Incorporação das mulheres no mercado de trabalho remunerado, fora do lar;
·        *  Estruturação global do movimento feminista;
·       * Questionamento da heterossexualidade compulsória.
                Permanências:
·         Segmentação do mercado de trabalho;
·         Transposição do patriarcalismo para as fábricas;
·         Socialização do gênero;
·         Heterossexualidade como padrão.

                O gênero é a forma de organização social da diferença sexual. Serve também para que possamos pensar na dimensão mais subjetiva de como vamos reproduzir ou tentaremos resistir a essa socialização de gênero pretensamente universal e que muitas vezes generaliza o modelo dominante de masculinidade e a subordinação da feminilidade a esse modelo.




Vídeo aula 22 - EDH, inclusão e acessibilidade


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 22


EDH, inclusão e acessibilidade


            A inclusão trata de um movimento amplo de direito à educação e que tem como princípio o respeito à diferença humana. Este direito se intensificou a partir da década de 90, no Brasil, quando começou a desenvolver-se o movimento de educação inclusiva, através da Constituição de 1988 e da LDB 9394/96.

               Historicamente as pessoas com deficiência foram excluídas socialmente. Com o advento da modernidade e o avanço científico a deficiência passa a ser tratada na perspectiva da medicalização. Nesse momento, inicia-se a preocupação com a cura ou tratamento das deficiências e, posteriormente, da educabilidade e sua integração na sociedade.
                O conceito de inclusão trabalha as necessidades educacionais específicas dos alunos e possibilita uma prática pedagógica baseada na diferença.

                Em 2008 inicia-se uma nova etapa da educação inclusiva, quando se estabelece a política nacional em educação especial na perspectiva da educação inclusiva com função transversal, definindo também seu público alvo.

                A educação especial oferece o atendimento escolar especializado, complementar ou suplementar à escolarização dos alunos e atua na promoção da acessibilidade ao currículo em quatro dimensões: na arquitetônica, na comunicação, na pedagógica e nas tecnologias de informação e comunicação.
    
            Toda ação de acessibilidade deve estar atrelada à necessidade específica dos alunos para que estes possam estar inteiramente inseridos no ambiente escolar.





Vídeo aula 21 - EDH na sala de aula


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 21

EDH na sala de aula

               A aprendizagem em sala de aula se realiza de acordo com um contexto existente, ou seja, o professor e sua metodologia, prática e experiência somados ao histórico de vida, conhecimentos pré-existentes, abertura pessoal e disponibilidade para a incorporação do novo à maneira de ser e de viver dos alunos.
      
          O processo de aprendizagem vai além da vontade e se incorpora a maneira de viver do sujeito, modificando as suas relações com o mundo. Na educação de direitos humanos, quem aprende é a figura central do processo, isto é, o aluno é o sujeito de sua aprendizagem.
                Enquanto conhecimentos, os direitos humanos são interdisciplinares e transversais. No que diz respeito ao caráter interdisciplinar os direitos humanos devem ser compreendidos na integração de diferentes disciplinas. Quanto ao caráter transversal, os temas e eixos temáticos relativos à educação em direitos humanos são integrados às disciplinas de maneira a estarem presentes em todas elas e contextualizados à realidade.
                Os temas transversais se relacionam à vida, interesses e ao cotidiano da comunidade. Eles oportunizam o desenvolvimento de ações disciplinares a partir de um tema relevante. Sua característica central é a relação que se estabelece entre teoria e prática.
                As metodologias ativas de aprendizagem são aquelas em que os estudantes constroem seus conhecimentos através de uma seleção ativa de novas informações. Nelas, o processo de construção do conhecimento se dá por meio de atividade individual e social e a natureza das atividades influencia na qualidade do conhecimento.

                A aprendizagem baseada em problemas tem como base o tema (proposto pelos alunos ou pelo professor) que encaminha a ação investigadora por parte dos estudantes e a construção coletiva e autônoma do conhecimento.





Vídeo aula 20 - Diferentes possibilidades culturais no currículo escolar


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula – 20


Diferentes possibilidades culturais
no currículo escolar


                Nas escolas, as identidades e diferenças são encontradas em todos os espaços, porém, pode-se dizer que a sala de aula é o espaço escolar onde identidades e diferenças têm seus territórios mais demarcados.
                Meninas e meninos negros têm suas identidades construídas a partir de identidade - referência branca, de tal modo a se tornarem diferença mesmo antes de suas entradas nas instituições de ensino. Por conta disso, várias implicações perpassam os seus cotidianos escolares, influenciado na construção de suas subjetividades.
                Espaços devem ser construídos nas escolas para que essas culturas sejam legitimadas. Esse trabalho provocará o estreitamento das relações entre a escola e os alunos pertencentes a essa cultura.

                Observar as formas de aproximação com a cultura dessa comunidade através de projetos diferenciados inseridos no currículo escolar, dentro de uma perspectiva interdisciplinar mais abrangente.

                Tomar o cuidado para que as ações não sejam pontuais, isto é, levadas a efeito em datas significativas (dia da mulher, semana da consciência negra, etc.).





Vídeo aula 19 - Relações etnicorraciais na escola


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula - 19

Relações etnicorraciais na escola


     
           Nos conceitos de Raça, Racismo e Etnia, observamos as correlações entre os mesmos e seus possíveis reflexos no cotidiano pedagógico, lançando mão dos estudos sobre as teorias racistas e os discursos antirracistas.
                O professor Cesar Rodrigues traz o conceito de raça a partir dos escritos de Munanga(2004):
            
    Raça 
·         Sorte, categoria, espécie;
·         Utilizado da zoologia e na botânica para classificar espécies animais e vegetais;
·         Com o progresso dos estudos em genética humana, biologia molecular e bioquímica;
·         Conceito sem validade para explicar a espécie humana;
                Porém, isso não significa que todas as populações e seus indivíduos sejam geneticamente semelhantes;
                O problema da utilização do termo para denominar a espécie humana;
                O rastro da hierarquização – escala de valores: (Biológico x qualidades morais, intelectuais, culturais e psicológicas);
                Como consequências dessa hierarquização;
                Mesmo sem validade científica, o termo raça continua valendo em nível político-ideológico, pois tem vários significados em partes diferentes do mundo;
                Racismo

                Segundo o Dicionário Houaiss é o “conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias”, ou “ doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras”;
                De acordo com Kabenguele Munanga, o termo foi criado na década de 1920 e o seu conceito não é consensual;
                O racismo clássico e o racismo novo. O racismo clássico se alimenta da noção de raça como fundamentação. O racismo novo se alimenta da noção de etnia.
Etnia
                Etnia, segundo Munanga (2004,p.29) é o conjunto de indivíduos que, histórica ou mitologicamente:
·       *  Tem um ancestral comum;
·       * Tem uma língua em comum;
·      * Uma mesma religião ou cosmovisão;
·      *   Uma mesma cultura;
·      *  Moram geograficamente num mesmo território;
·       *  Algumas etnias podem constituir sozinhas nações;
·       *  Substituir raça por etnia é apenas uma questão semântica, porém as vítimas são as mesmas assim como as raças de ontem são as etnias de hoje;
·       *  Um grupo racial pode ter muitas etnias, porém, uma etnia só comporta uma raça.
                O termo etnia tem sido usado por ser considerado politicamente correto. Entretanto, a verdade é que o ranço permanece.
                SOMOS UM PAÍS DE MESTIÇOS: UMA AFIRMAÇÃO PERIGOSA!
                Por que perigosa?
                Apesar de parecer unificadora, esconde as grandes diferenças entre as populações. Reforça o mito da democracia racial.
                Os discursos de igualdade racial e/ou mestiçagem na escola
                Em que lugar esses discursos refletem? – Nas secretarias, nos corredores, banheiros e, principalmente nas salas de aula.
   
             Quem sofre as consequências diretas desses discursos? Nossos alunos e alunas negros.
                O que é produzido por esses discursos? Identidades e diferenças entre os discentes escolares. A construção dessas identidades e diferenças acaba por privilegiar a população discente branca em detrimento da população discente negra.
                Cabe aos educadores  observar o decorrer dessas relações etnicorraciais. Observar e impedir qualquer atitude preconceituosa. Que o tratamento seja equitativo, tratando com justiça qualquer das partes envolvidas nas relações que ocorrem nos espaços escolares.




Vídeo aula 18 - EDH e Ambiente escolar


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 18

EDH e Ambiente escolar

            A igualdade entre os seres humanos não se dá naturalmente e assegurar direitos no plano jurídico não faz com que as pessoas orientem suas vidas pelos princípios que guiam os direitos humanos. É necessário, portanto, a educação em direitos humanos para que se garanta a sua promoção, reconhecimento e respeito.
    
            A educação é uma via de promoção dos direitos e ajuda na prevenção e não apenas na luta pela correção dos direitos violados.
                A educação em direitos humanos deve orientar a vida na escola e na sociedade através de:
- vivência e convivência em ambientes democráticos;
- o estudante como protagonista;
- articulação entre escola e comunidade;
- prática de ações voltadas à promoção de direitos humanos.
                O ambiente escolar relaciona-se com todos os processos educativos que têm lugar na escola e envolvem:
- ações e experiências vivenciadas por cada um dos participantes;
- múltiplas relações do entorno;
- condições sócio afetivas;
- infraestrutura para a realização de propostas culturais educativas.
                São duas as dimensões relacionadas ao ambiente escolar:

1 – Relações humanas: O espaço das relações interpessoais e das relações dos estudantes com o conhecimento, a motivação dos estudantes e profissionais, formas de resolução de conflitos, princípios que orientam a vida em comum e as relações com a comunidade.


2 – Espaço físico: A estrutura física e a organização do espaço escolar revelam concepções de educação e definem as possibilidades e limitações das interações entre as pessoas. A organização do espaço da sala de aula também é um fator importantíssimo a ser considerado, sobretudo quando temos em mente metodologias ativas, desenvolvidas por meio da interação e cooperação entre os estudantes.





Vídeo aula 17 - Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 17


Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos


    
          

                 A Educação em Direitos Humanos é compreendida como um processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos, articulando as seguintes dimensões:

a) apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local;

b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade;

c) formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente nos níveis cognitivo, social, ético e político;
 

d) desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos orientados à mudança de mentalidades e de práticas individuais e coletivas que possam gerar ações e instrumentos em favor da defesa, da promoção e ampliação dos direitos humanos.

                O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) é fruto do compromisso do Estado com a concretização dos direitos humanos e de uma construção histórica da sociedade civil organizada. Ao mesmo tempo em que aprofunda questões do Programa Nacional de Direitos Humanos, o PNEDH incorpora aspectos dos principais documentos internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário, agregando demandas antigas e contemporâneas de nossa sociedade pela construção de uma cultura de paz, da democracia, do desenvolvimento e da justiça social.

      

          Assim como todas as ações na área de direitos humanos, o PNEDH resulta de uma articulação institucional envolvendo os três poderes da República, especialmente o Poder Executivo (governos federal,  estaduais, municipais e do Distrito Federal), organismos internacionais,  instituições de educação superior e a sociedade civil organizada. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) e o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Justiça e Secretarias Especiais, além de executar programas e projetos de Educação em Direitos Humanos, são responsáveis pela coordenação e avaliação das ações desenvolvidas por órgãos e entidades, públicas e privadas.

                O processo de elaboração do PNEDH teve início em 2003, com a criação do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos, formado por especialistas, representantes da sociedade civil, de instituições públicas e privadas e de organismos internacionais. Fruto de um trabalho concentrado da SEDH, do MEC e do Comitê, a primeira versão do PNEDH foi apresentada pelo Governo Federal em dezembro daquele ano, como forma de orientar a construção de políticas, ações e programas comprometidos com uma cultura de respeito aos direitos humanos.

                Ao longo de 2004, o PNEDH foi divulgado e debatido em encontros, seminários e fóruns em âmbito internacional, nacional, regional  e estadual.  Em 2005,  foram realizados encontros estaduais com o objetivo de difundir o PNEDH, que resultaram em contribuições da sociedade para aperfeiçoar e ampliar o documento. Mais de 5.000 pessoas, de 26 unidades federadas, participaram desse processo que, além de incorporar propostas para a nova versão do PNEDH, resultou na criação de 14 Comitês Estaduais de Educação em Direitos Humanos e na multiplicação de iniciativas na área.


                Como resultado dessa participação lançou-se a atual versão do PNEDH que se destaca como proposta de um projeto de sociedade baseada nos princípios da democracia e da justiça social; de construção de uma cultura de direitos humanos, entendida como processo a ser apreendido e vivenciado numa perspectiva de cidadania ativa.









Vídeo aula 16 - Encaminhamentos pedagógicos: blog no ensino de ciências


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula - 16

Encaminhamentos pedagógicos:
blog no ensino de ciências


                A aula tem por foco descrever uma experiência de implantação de prática pedagógica que objetiva o reconhecimento e o diálogo com as práticas das culturas juvenis da comunidade local: a

tecnocultura. Essa prática teve por propósitos facilitar a aproximação com os estudantes, ter maiores chances de influência na formação de identidades voltadas a uma meta solidária e para o bem comum e também para obter melhores resultados nos processos de ensino-aprendizagem nas aulas de ciências.
                A professora Mônica continua o assunto da aula anterior acerca da tecnocultura nas culturas juvenis. Em continuidade ao assunto, fala sobre a escolha do blog entre as mídias sociais. A educadora apresenta uma experiência conduzida nas aulas de Ciências do 9º ano  em uma escola no período de um ano. A prática pedagógica foi realizada em três salas de 35 a 40 alunos em aulas regulares. O material usado correu em paralelo com o uso das ferramentas da web.2.0.
                A web. 20 é uma ferramenta da internet que surgiu na metade da década de 90. É constituída por uma série de ferramentas online. Estas são denominadas de mídias sociais: blog, wiki, redes sociais, podcast, vídeocast, RSS.
                As ferramentas podem ser de interação rápida (síncronas) e de reflexão e pesquisa (assíncronas). No caso, o blog foi escolhido por propiciar motivação, qualidade de texto, análise e aprofundamento. O blog também possibilitava uma variedade de usos: memória, divulgação de projetos, análise de casos, contato e discussão com audiência mais ampla, resolução de problemas, trabalho cooperativo, etc.
                A prática pedagógica propriamente dita
                No primeiro momento, houve um mapeamento das práticas culturais. A pesquisa demonstrou o uso de vários  aparelhos eletrônicos (telecomunicação).
                No segundo momento, iniciou-se a construção de temas culturais:
                Eu me remexo muito (práticas corporais);
                PELESHOP – Ctrl C/Ctrl V – (estética);

                Se liga, Brow!
                No terceiro momento, a criação dos blogs em paralelo a todo o curso. Estes blogs foram produzidos pelos grupos, que escolhiam focos das aulas para descreverem aspectos da Ciência e Tecnologia participantes dos temas escolhidos por eles.
                No quarto momento, há uma negociação da prática cultural e observação de indicadores da gestão democrática = diferença entre uso de tecnologia e noção de tecnocultura. Nessa negociação, houve um acordo estabelecido a fim de que não copiassem e colassem textos veiculados na internet.

                No quinto momento, o professor procurava fazer a leitura dos blogs para buscar por pistas das representações de conceitos de identidade e para o preparo das atividades didáticas.
                No sexto momento, vários tipos de atividades didáticas foram propostos – laboratório, texto, debate, problemas. Houve também o estímulo da troca de comentários nos blogs (mesma classe, entre classes e com a rede mundial).

                Por último, estudos de conceitos de física, química e biologia e de outras áreas (economia, história, linguagem) foram trabalhados com dois focos para desconstrução: procedências (ressignificar e ampliar os significados iniciais das culturas juvenis).



sábado, 4 de maio de 2013

Vídeo aula 15 - Produção da identidade/diferença: culturas juvenis e tecnocultura


Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula - 15

Produção da identidade/diferença:
culturas juvenis e tecnocultura


 O que é o fenômeno da juventude?
- Ser jovem é uma concepção natural ou cultural? Maturação ou produto das condições históricas e dos discursos?
É um fenômeno cultural e isso influencia, comparando os jovens atuais com os jovens do século XIX.
 Condições e discursos que produzem a identidade “diferença” nas culturas juvenis.
Condições históricas e discursos:
- Elite na Grécia Antiga (direito ao ócio); chegavam até os 40 anos de idade;
- Século XVII: intervenção da infância no século XVII (separação e isolamento das práticas e do mundo das crianças e dos adultos);
- Necessidades pós-revoluções industriais ( aprender mais do que ler e contar; produção da juventude na classe média);
- Entre 1945 e 1975: o estado de bem-estar social e a juventude transviada (produção da juventude para os empobrecidos e o papel das mídias – formas de ver o que era ‘ser jovem’);
A mídia divulga aquilo que já é prática de alguns grupos sociais. Não é a mídia que determina, mas há um processo de identificação do jovem com as situações.

- 1960 – Noção da diversidade de culturas juvenis (identificação e ressignificação das mídias) – potência para a escola.

Essa influência que a mídia tem sobre a juventude não é fruto do acaso, é algo pensado, planejado. Para se ter ideia do que seria isso, a professora mencionou  os dossiês  encomendados pela MTV , no período de 1999-2010,que apontaram que houve um aumento exponencial do uso de aparelhos eletrônicos. Em 1999, de 15 a 20% usavam aparelhos eletrônicos. Em 2010, mais de 90% passaram a usar aparelhos eletrônicos.
O que tem sido constatado é que os jovens tem adotado como cultura o que tem sido denominado tecnocultura ou cybercultura. Experimentam a vida adulta através desses instrumentos eletrônicos. Estes atuam como se fossem extensão do próprio corpo. Há uma desnaturalização do corpo (cyborgs), do tempo, do espaço, dos contextos. Adotam outras linguagens, outras formas de pensamento (poder e espelho dos limites).
O resultado dessa atitude é a insegurança.  Os jovens ficam inseguros com o corpo, com a relação social, com a violência, outras formas de intervenção (espaço com potencial democrático).
Em suas considerações, a professora  apresentou as ideias de Margules e Urrest, nas quais  adultos e jovens têm diferentes formas de pensar, sentir , agir, ler. E também, os pensamentos de Green e Bigum, em que a ideia é de que são mutuamente alienígenas.
Como estabelecer  as relações com  o estrangeiro?
Conhecendo e respeitando suas práticas, dialogando, integrando, produzindo híbridos. Essa é a proposta da professora para a educação de jovens. Assim, pode ser produzido um espaço de ensino – aprendizagem que pode influenciar a formação de suas identidades por meio do uso da tecnocultura.

A Educadora mencionou um dos conceitos de  Margaret Mead (1968) . Há, segundo a autora, três tipos de culturas:
a)Culturas pós-figurativas: onde os filhos aprendem, em primeiro lugar, com os pais. O novo é uma continuação e repetição do velho, negando-se a mudança. Os velhos e os avôs têm muita importância. A mobilidade social é reduzida e o passado forma ‘um continuum’ com o presente e o futuro. Cultura da família extensa.
b)Culturas co-figurativas: quebram o sistema pós-figurativo. Os jovens rejeitam o modelo dos adultos e aprendem formas culturais inovadoras. Os adultos acabam por verificar que os seus métodos são insuficientes ou pouco adequados à formação do jovem e à sua integração na vida adulta. Os jovens conseguem a mobilidade social por si desejada; ignoram os padrões dos adultos ou são-lhes indiferentes. Cultura da família nuclear. Os velhos e os seus conhecimentos deixam de ser pensados como necessários.

c)Cultura pré-figurativas: os adultos aprendem com os seus filhos. Nesta nova sociedade, só os jovens estão à vontade, pois dominam os progressos científicos. Em extremo, os adultos não têm descendentes e os filhos não têm antepassados. O futuro é agora e produz-se uma quebra entre uns e outros. O que interessava aos adultos já não interessa aos jovens. 






Vídeo aula 14 - Dimensões da EDH


Módulo III
“Direitos Humanos”
Vídeo aula – 14

Dimensões da EDH


Marcos da Educação em Direitos Humanos

·                      Década das nações Unidas para a educação em Matéria de Direitos Humanos (1995-2005). Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos fase 1 – Educação Básica;
·                     No Brasil, o Plano Nacional da Educação em Direitos Humanos (PNEDH), elaborado em 2003 e revisto em 2006, afirma o compromisso nacional sob a forma de políticas públicas com a Educação em Direitos Humanos;

·                      O Programa Nacional de Direitos Humanos, PNDH-3 tem um eixo dedicado à educação e cultura em Direitos Humanos.
·                      O Conselho Nacional da Educação elabora as Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos, com caracteres mandatórios e previstos para 2012.

Dimensões da Educação em Direitos Humanos
·                     Conhecimentos historicamente construídos sobre Direitos Humanos e a sua relação com o contexto internacional, nacional e local.
·                     Valores, atitudes e práticas sociais que expressam a cultura dos Direitos Humanos. Não existe Direitos Humanos sem Democracia, por isso são direitos democráticos.
·                     Desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando imagens e materiais didáticos contextualizados.
·                     Fortalecimento de praticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como da reparação das violações.

Conhecimentos 
Que conhecimentos a escola deve trabalhar a cerca dos Direitos Humanos?
·                     Conhecimentos que foram construídos historicamente e tem relação com diversos contextos, sendo assim, deve-se trabalhar não só a história dos direitos Humanos na humanidade, bem como, a história dos Direitos Humanos no nosso país. E deve-se relacionar isso com a realidade dos estudantes.
Conceitos: o que são direitos humanos, debates e diferentes pontos de vista em torno do tema, polêmicas e desafios relacionados aos Direitos Humanos.

História: Origem, evolução e fatos significativos para o reconhecimento e a vigência (ou violação) dos Direitos Humanos. A relação entre democracia e Direitos Humanos. Como tem se dado esse processo todo?

Normas: instrumentos de direitos humanos, documentos internacionais e regionais de diferente natureza e efeito jurídico; legislação nacional etc.

Instituições: órgãos de proteção de direitos (nacionais, regionais e universais) e sua estrutura, função, procedimentos etc.

Valores
Formar em valores capazes de guiar atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos. Valores presentes na Educação em Direitos Humanos são:

·                     Dignidade Humana
·                     Liberdade e responsabilidade
·                     Igualdade e não discriminação
·                     Justiça e equidade
·                     Solidariedade e cooperação

·                     Participação
·                     Pluralismo
·                     Diversidade
·                     Inclusão

Metodologias e participação
Metodologias participativas e construção coletiva do conhecimento, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados.
·                     Centralidade da aprendizagem (desenvolvimento integral do ser humano, inserção social, desenvolvimento ético-moral).
·                     Protagonismo discente (estudante como centro do processo).
·                     Pesquisas demonstram que aprendizagem é mais efetiva quando os/as estudantes participam ativamente do processo.
·                     Aprendizagem é mais efetiva mediante a contextualização das novas informações, trata-se de saber usar o conhecimento adquirido dentro de um contexto real.
·                     Participação discente direta e por representação: assembleias escolares, debates, escolhas de tema de trabalho, projetos investigativos, fóruns, conselhos escolares.

Práticas
Práticas individuais e sociais orientadas a promoção, a proteção, a defesa e a reparação dos direitos humanos.

Pensamento crítico – conhecimento para a compreensão e transformação da realidade – investigar novas formas de compreender e atuar no mundo.
 
Cidadania participativa – participação social informada, responsável, critica, ativa e em colaboração com outros, cuja finalidade são projetos que transcendem o auto interesse.


Meios: projetos investigativos, projetos sociais, ações voltadas à comunidade.

Não basta ser informado sobre determinados direitos, tem que se construir valores.
Preciso conhecer para saber que existe, preciso valorar, preciso achar importante, preciso querer para a minha vida, preciso agir, porque se não consigo mudar uma determinada situação e a educação em Direitos Humanos é justamente isso.
 É fato notório que a Educação em Direitos Humanos tem um longo caminho a percorrer até tornar-se realidade em meio ao povo brasileiro. Importa que os professores procurem ensinar através de suas vidas as práticas relacionadas à cidadania e a convivência democrática a fim de que seus educandos possam aprender  e praticar direitos humanos