Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula - 11
Políticas culturais,
multiculturalismo e currículo
O multiculturalismo assim como a cultura contemporânea é ambíguo, pois
de um lado o multiculturalismo é um movimento reivindicatório dos grupos
culturais dominados para terem o reconhecimento de suas formas culturais dentro
da cultura nacional. Por outro lado, o multiculturalismo também pode ser visto
como uma “solução para os ‘problemas’ que a presença de grupos raciais e éticos
coloca, no interior daqueles países, para a cultura nacional dominante”.
De qualquer forma, o multiculturalismo não pode ser analisado longe das relações de poder, pois estas fizeram com que as diferentes culturas raciais, éticas e nacionais vivessem no mesmo espaço.
Por meio desta ambiguidade o multiculturalismo se torna uma importante “arma” de luta política.
A partir desta perspectiva o multiculturalismo pode ser chamado de “liberal” ou “humanista”. É nesta humanidade que o multiculturalismo busca “o respeito, a tolerância e a convivência pacífica entre as culturas”.
“Quais as implicações curriculares dessas diferentes visões de multiculturalismo?”
Dentro da perspectiva liberal ou humanista o currículo é baseado a partir das “ideias de tolerância, respeito e convivência pacífica entre as culturas”.
Assim, as escolas devem buscar práticas curriculares onde o multiculturalismo esteja inserido, fazendo uso de dinâmicas que sensibilizem as identidades, pois a compreensão da identidade como algo que é construído, provisório e inacabado, propicia uma maior sensibilização quanto ao caráter multicultural das sociedades.
Porém, em alguns lugares, o multiculturalismo tem sido atacado por grupos conservadores e tradicionais. Para esses grupos o multiculturalismo “representa um ataque aos valores da nacionalidade, da família, da família, da herança cultural comum”.
Outra crítica que o multiculturalismo vem sofrendo seria pelo seu “suposto relativismo”. Segundo esta crítica alguns valores e instituições existentes são universais e que vão além das características culturais e específicas de cada grupo.
Para a perspectiva multiculturalista crítica, “não existe nenhuma posição transcendental, privilegiada, a partir da qual se possam definir certos valores ou instituições como universais.”.
Porém, não existirá, segundo Robert Connell uma “justiça curricular”, se o currículo não for modificado “para refletir as formas pelas quais a diferença é produzida por relações sociais de assimetria”.
Finalmente, como educadores devemos conhecer os universos culturais dos alunos, fazendo com que o ensino seja ajustado a realidade social e cultural de cada um. Não devemos ignorar as identidades, devemos sim saber lidar com o plural, o diverso, o múltiplo; respeitando a diferença e a pluralidade cultural das pessoas que nos cercam.
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