Módulo III
“Convivência Democrática”
Vídeo aula - 15
Produção da
identidade/diferença:
culturas juvenis e
tecnocultura
O que é o fenômeno da
juventude?
- Ser jovem é uma concepção
natural ou cultural? Maturação ou produto das condições históricas e dos
discursos?
Condições e discursos que produzem a identidade
“diferença” nas culturas juvenis.
Condições
históricas e discursos:
- Elite na
Grécia Antiga (direito ao ócio); chegavam até os 40 anos de idade;
- Século
XVII: intervenção da infância no século XVII (separação e isolamento das
práticas e do mundo das crianças e dos adultos);
-
Necessidades pós-revoluções industriais ( aprender mais do que ler e contar;
produção da juventude na classe média);
- Entre
1945 e 1975: o estado de bem-estar social e a juventude transviada (produção da
juventude para os empobrecidos e o papel das mídias – formas de ver o que era
‘ser jovem’);
A mídia divulga aquilo que já é
prática de alguns grupos sociais. Não é a mídia que determina, mas há um
processo de identificação do jovem com as situações.
- 1960 –
Noção da diversidade de culturas juvenis (identificação e ressignificação das
mídias) – potência para a escola.
Essa influência que a mídia tem sobre a juventude
não é fruto do acaso, é algo pensado, planejado. Para se ter ideia do que seria
isso, a professora mencionou os dossiês encomendados pela MTV , no
período de 1999-2010,que apontaram que houve um aumento exponencial do uso de
aparelhos eletrônicos. Em 1999, de 15 a 20% usavam aparelhos eletrônicos.
Em 2010, mais de 90% passaram a usar aparelhos eletrônicos.
O que tem sido constatado é que os jovens tem
adotado como cultura o que tem sido denominado tecnocultura ou
cybercultura. Experimentam a vida adulta através desses instrumentos eletrônicos.
Estes atuam como se fossem extensão do próprio corpo. Há uma
desnaturalização do corpo (cyborgs), do tempo, do espaço, dos contextos. Adotam
outras linguagens, outras formas de pensamento (poder e espelho dos limites).
O resultado dessa atitude é a insegurança.
Os jovens ficam inseguros com o corpo, com a relação social, com a
violência, outras formas de intervenção (espaço com potencial democrático).
Em suas considerações, a professora
apresentou as ideias de Margules e Urrest, nas quais adultos e
jovens têm diferentes formas de pensar, sentir , agir, ler. E também, os
pensamentos de Green e Bigum, em que a ideia é de que são mutuamente
alienígenas.
Como estabelecer as relações com o
estrangeiro?
Conhecendo e respeitando suas práticas, dialogando,
integrando, produzindo híbridos. Essa é a proposta da professora para a
educação de jovens. Assim, pode ser produzido um espaço de ensino –
aprendizagem que pode influenciar a formação de suas identidades por meio do
uso da tecnocultura.
A Educadora mencionou um dos conceitos de
Margaret Mead (1968) . Há, segundo a autora, três tipos de culturas:
a)Culturas pós-figurativas:
onde os filhos aprendem, em primeiro lugar, com os pais. O novo é uma
continuação e repetição do velho, negando-se a mudança. Os velhos e os avôs têm
muita importância. A mobilidade social é reduzida e o passado forma ‘um continuum’ com o presente e o futuro. Cultura da
família extensa.
b)Culturas co-figurativas:
quebram o sistema pós-figurativo. Os jovens rejeitam o modelo dos adultos e
aprendem formas culturais inovadoras. Os adultos acabam por verificar que os
seus métodos são insuficientes ou pouco adequados à formação do jovem e à sua
integração na vida adulta. Os jovens conseguem a mobilidade social por si
desejada; ignoram os padrões dos adultos ou são-lhes indiferentes. Cultura da
família nuclear. Os velhos e os seus conhecimentos deixam de ser pensados como
necessários.
c)Cultura pré-figurativas: os
adultos aprendem com os seus filhos. Nesta nova sociedade, só os jovens estão à
vontade, pois dominam os progressos científicos. Em extremo, os adultos não têm
descendentes e os filhos não têm antepassados. O futuro é agora e produz-se uma
quebra entre uns e outros. O que interessava aos adultos já não interessa aos
jovens.
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